Nova criação da Muovere Cia de Dança propõe experiência coreográfica entre memória e ruptura

A Muovere Cia de Dança estreia em agosto sua mais recente criação: “Breves Peças para uma Dança Marginal”, espetáculo que ocupará o Teatro Oficina Olga Reverbel, no Complexo Multipalco Eva Sopher do Theatro São Pedro, em Porto Alegre-RS.

Criado para espaços in e outdoor, o espetáculo apresenta uma poética do corpo que nasce da fricção entre memória e intermitência. Como o próprio nome sugere, “Breves Peças” é composto por fragmentos coreográficos que se estruturam por meio de interrupções: cessam, recomeçam, se descontinuam e se entrecortam. Aqui, não há linearidade narrativa– o que se vê são lampejos, ruídos, cortes. Aparições que rejeitam o conforto da forma acabada.

Cada peça carrega vestígios de algo que já foi vivido. Ao se repetir, esse material se reinventa – convocando a memória não como arquivo, mas como desejo. O espetáculo escuta e revisita a trajetória da companhia, entre ecos do passado, pulsos do presente e projeções do que está por vir.

Essa dança que habita as bordas também traz uma acidez crítica que se revela nas entrelinhas, e não pelo discurso direto. Dança-se no que sobra, no que escapa, no que arde. A marginalidade, nesse contexto é método de criação, uma escolha estética de posicionamento. O corpo, então, torna-se documento – território de desvio e afirmação.

Com “Breves Peças para uma Dança Marginal”, a Muovere reafirma sua trajetória autoral, investigativa e comprometida com a potência do corpo em seus modos mais intensos de presença.

Com direção de Jussara Miranda e direção artística de Diego Mac, “Breves Peças para uma Dança Marginal” dá continuidade à trajetória investigativa da Muovere, consolidando sua atuação na cena contemporânea nacional, através do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023 - Grupos e Coletivos Artísticos.